O menino de Brodósqui.
Vindo do interior do Brasil, da cidade de Brodósqui, Portinari retratou através de suas pinturas, o dia a dia de uma pequena cidade brasileira.
As memórias de infância, acontecimentos reais sob uma perspectiva de magia infantil, foram sempre delineadas em suas pinturas.

Mesmo com grandes dificuldades financeiras, Portinari foi para o Rio de Janeiro estudar na Escola de Belas Artes.

Em Paris se entusiasma com os artistas Europeus como, Rafael,Ticiano, e curiosamente recorda-se de Palaninho, um dos habitantes mais humildes de Brodósqui.
"Vim conhecer aqui o Palaninho, depois de ter visitado tantos museus, tantos castelos e tanta gente civilizada. Aí no Brasil, eu nunca pensei no Palaninho. Daqui fiquei vendo melhor a minha terra - fiquei vendo Brodósqui como ela é. Aqui não tenho vontade de fazer nada. Vou pintar o Palaninho, vou pintar aquela gente com aquela roupa e com aquela cor. Quando voltar vou ver se consigo fazer a minha terra. Eu uso sapato de verniz, calça larga e colarinho, mas no fundo eu ando vestido como o Palaninho". Cândido Portinari
Conviveu frequentemente com os intelectuais da época, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade.
Ao chegar da Europa teve o trabalho de 'desaprender para recomeçar', e ao invés de se tornar um mero retratista, tornou-se 'um pintor de todos os gêneros'. Pintava muito a sua cidade natal resgatando memórias passadas já vividas: 'como num sonho'.

As imagens de infância eram retratadas em seus quadros. Ele acreditava que ' o artista brasileiro deve trabalhar para o povo e deve exercer forte ação social'. Segundo ele 'arte é comunicação'.

Foi contratado para lecionar Pintura na universidade do DF. Pediu para que permitissem a entrada dos alunos na universidade sem a prova teórica, pelo fato de que havia muita gente talentosa mas que não tinha recebido instrução necessária, por serem muito pobres.
Ele gostava muito de pintar trabalhadores, por ter crescido em meio deles. A ele impressionava os pés dos trabalhadores e sua forma expressiva.

Foi convidado para participar de uma exposição comemorativa em Pittsburgh em homenagem ao fundador do Carnegie Institute. Foi a primeira em que artistas sul americanos expunham. Portinari participou com o quadro 'Café'.
Posteriormente promoveu exposições individuais ao redor do mundo.
Foi encomendado a ele fazer 4 enormes painéis para decorar o monumento rodoviário da estrada Rio-São Paulo. Além disso, pintou o painel a igreja de São Francisco de Assis em BH. Foi também convidado a pintar o painel ' Guerra e Paz' da ONU.


"Usei símbolos acessíveis ao povo".
Pintou os murais para o ministério da educação. Assim consolidou-se como grande artista nacional. A ele foi encomendado fazer a história do Brasil, o que lhe pareceu impossível. Respondeu assim:
"A minha pintura é pintura de camponês, se querem meus camponeses bem, senão, chamem outro pintor".
Seus pais eram camponeses pobres, e pintá-los era uma forma de não se esquecer deles.

Portinari não se preocupava em pertencer a nenhum estilo e nenhuma escola, e transitava livremente entre elas. Para ele "o quadro sempre indica um sentido social".
" O pintor deve crer ser um intérprete do povo, é um mensageiro de seus sentimentos, é aquele que deseja a paz, a justiça e a liberdade, em um mundo onde não haja crianças famintas, homens sem direito, mães chorando e velhos morrendo desabrigados".
"Sempre desejo em minha pintura representar o povo do Brasil".
Esse é Portinari, que no fundo nunca deixou de ser: UM MENINO BRASILEIRO.
Documentário Portinari do Brasil:
http://www.youtube.com/watch?v=PzEHDhMJ7K8&index=2&list=FLSBS2K0NcD9UUso0Gazg62g
"Arte brasileira só haverá quando os nossos artistas abandonarem completamente as tradições inúteis e se entregarem com toda alma, à interpretação sincera do nosso meio".
Cândido Portinari
Links consultados:
http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_depoimentos&cd_verbete=121&cd_item=16&cd_idioma=28555
http://www.marketingcultural.com.br/mt_artesplasticas.asp?url=Artes+Pl%E1sticas&sessao=artesplasticas++
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ResponderExcluirPor essas e outras que eu considero o Portinari o nosso maior artista plástico da estória... Humanista e incrivelmente sensível. Coisa rara aliás muito rara nos tempos atuais onde vivemos a "arte" como entretenimento como capital de giro e não como algo espiritual como ela realmente é!
ResponderExcluirAlém de concordar com o Márcio inteiramente, acrescento que Portinari foi duramente perseguido por motivações políticas.
ResponderExcluirPor conta de seu posicionamento, sua carreira sofreu várias rasteiras por parte de opositores e isso vai de encontro ao que o Márcio disse, ou seja, para tais elementos que o perseguiram em vida, a arte é um mero joguete capitalista, e passa longe a ideia do seu alcance espiritual.
Muito boa a matéria, Fernanda !