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Mostrando postagens de 2015

Dorsal Atlântica parte III - Uma luz na escuridão: Os anos 90 já podem começar.

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Na virada de décadas, a banda passava por uma fase difícil e complicada. Nessa época o baterista Hardcore anunciava que após a gravação do próximo álbum estaria fora da banda, pois achava que o estilo heavy metal não o levaria a lugar nenhum. A crise que a banda passava no momento fez com que Carlos procurasse uma luz na espiritualidade pra aguentar melhor a situação. “Tive que controlar meu desânimo e segurei a barra... Essa força veio através de minha crescente espiritualidade e, naquele mesmo ano, parando de beber, comecei a ler bastante sobre o assunto, participando também de vários grupos espiritualistas”. Foi o início do fim do personagem “Carlos Vândalo”. Searching for the Light era o nome do disco que anunciava as transformações profundas pelas quais a banda estava passando.                              O novo disco foi um projeto inovador, a primeira ópera thrash de que se tem notícia. “Em 1989 estávamos nos preparando para a gravação do nosso ma

Betinho e seu Conjunto, precursores do Rock n Roll no Brasil

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Por Luiz Domingues  Há muita controvérsia quando o assunto é a origem do Rock brasileiro.                                                                                             A maioria das pessoas tende a achar que o Rock brasileiro nasceu nos anos oitenta, quando Evandro Mesquita e sua Blitz apareceram no dial das FM’s do país inteiro, falando sobre batatinhas / você não soube me amar bla bla bla. Outros “viajam ainda mais na maionese”, e cravam a teoria de que tudo começou em Brasília, no ano de 1980, com um monte de molequinhos filhos de funcionários públicos federais de 1º e 2º escalão, brincando de serem Punkinhos “revoltados” com o sistema... Pura balela, o Rock brasileiro já existia desde os anos cinquenta, a despeito da má vontade histórica de uma boa parte da mídia, e seus indefectíveis “formadores de opinião”, que negam /sonegam essa informação, com a nítida intenção de incensar seus protegidos, distorcendo a história. A realidade, portanto, n

Som Livre Exportação

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Por Luiz Domingues Quando a Rede Globo começou a despontar como líder de audiência, aproveitando-se dos primeiros sinais de decadência da Record, e com a estagnação da Tupi (apesar do seu   retumbante sucesso recente, como havia obtido com a telenovela revolucionária, Beto Rockfeller), foi sem dúvida com a crescente ascensão de seu núcleo de dramaturgia, que isso se deu. Claro que devemos considerar os fatores extra-operacionais que levaram a Globo à liderança (ditadura, Time Life, incêndios estranhos nas emissoras concorrentes...), mas pensando só no fator artístico, foi com as novelas que a Globo começou a sobressair-se, e dentro desse conceito, o filão das trilhas sonoras exclusivas para tal veículo, lhe despertou a atenção. Já citei Beto Rockfeller anteriormente, mas cabe relembrar que o fato dessa telenovela da Tupi, ter usado o conceito da trilha sonora exclusiva, com músicas escolhidas a dedo para a trilha sonora, e com a repetição de certas canções para marcar pe

A Maldita! (A história da rádio Fluminense FM).

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Olá meus amigos! Em mais uma viagem da nossa máquina do tempo, iremos voltar para o início dos anos 80 e acompanhar a história daquela que foi uma das mais importantes rádios rock do Brasil. A Fluminense FM. Nos anos 70 duas emissoras tinham arriscado o rock. A Federal AM e a Eldorado FM ou Eldo Pop, (rádio onde trabalhava o lendário DJ já citado pelo nosso colaborador Luiz Domingues, Big Boy). Essas rádios representavam a cultura alternativa dessa época de repressão. Com uma curta trajetória, infelizmente, terminaram suas atividades no fim da década de 70. No início dos anos 80, mais precisamente em 1981, o grupo Fluminense, que era o maior veículo da imprensa escrita do estado do Rio de Janeiro, testou uma nova emissora FM. O jornalista Luiz Antônio Mello estava bolando um programa de rock, o “Rock          Alive”, e acabou mudou o estilo da rádio, que quase se transformou uma rádio romântica. No dia primeiro de março de 1982, em Niterói (RJ), nascia a Fluminense F

A ginga e a coragem de Miriam Makeba

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Por Luiz Domingues. Quando falamos da influência da raiz africana na música criada nas três Américas, a grosso modo,  é fácil estabelecer um conceito generalizado.             Na América do Sul, o Brasil absorveu a cultura afro, principalmente na formação do seu Samba; na América Central, pulverizou-se em vários países, criando o acento caribenho em diferentes ritmos; e nos Estados Unidos, gerou os dois grandes troncos que tornaram-se árvores frondosas, e com muitos galhos : Jazz & Blues.         Mas o movimento inverso também causou impacto no continente africano. Se a sua influência fora brutal na construção de tantas escolas musicais diferentes, séculos depois, a música pop das Américas e da Europa, voltaram tal qual um boomerang, e redefiniram o rumo da música pop africana moderna, numa retroalimentação muito interessante. Muitos artistas africanos foram reverenciados na música comercial pop ocidental, e seu som era bem isso que descrevi superficialmente a