A música tocada por notas, mas não por notas musicais...
O que acontece com a música atual, todos sabemos, virou uma grande máquina de gerar dinheiro e degenerar idéias, e isso vem acontecendo de uma forma, e com uma força muito ampla e crescente.
A juventude vem chegando com o pensamento de fazer música pelo dinheiro e não pelo amor, autenticidade e identificação com a tal, e isso me deprime e me decepciona profundamente.
Como sempre, essa questão vem com uma pitada de hipocrisia, porque o que mais se tem, é gente reclamando da cena "musical" atual, mas como disse alguém "se você não faz parte da solução, faz parte do problema". Não porque muitos estão afim de ganhar dinheiro em cima dessa arte, até porque isso sempre houve e sempre haverá, mas porque essa arte está sendo jogada no mais baixo nível qualitativo possível, sem dó nem piedade e com letras e qualidade cada vez mais pejorativas.
No meu ponto de vista ela é transcedental, relaxante, te traz respostas, e também a dúvida. Uma arte tão divina assim deveria ser feita com mais respeito, mais amor e muito mais dedicação e verdade. Devemos isso aos grandes que fizeram e ainda fazem dessa arte, uma arte viva, uma amostra grátis do paraíso aqui na terra, mostrando que o ser humano pode ser mais do que imagina, sem prejudicar ninguém.
Faça música pela música e não pelo dinheiro. Respeite a mais divina forma de contato direto e indireto que existe!
E isso não acontece apenas com a musica, mas com a arte em geral. Pensa-se na musica porque é a Arte mais popular, mas isso acontece com todas. Com a poesia, com o cinema... Enfim... Ninguém faz arte pela arte. E isso não quer dizer que artista tem que morrer de fome. É uma questão de como as pessoas encaram a vida: o importante não é o ser, mas o ter. Uma jogada muito inteligente dos dominadores, que assim torna a todos escravos de um sistema que não se manteria nem com porrada. Alimentam o ego e faz de todos escravos. A musica é só uma parte disso.
ResponderExcluirInfelizmente o Cichetto tem razão e essa mentalidade é ardilosamente planejada e incentivada pelos poderosos, visando manter o domínio comercial no pior sentido do termo.
ExcluirIsso não é apenas com a música. Hoje, o que temos é uma grande indústria cultural que diz que faz arte, mas na verdade é apenas uma grande máquina de fazer dinheiro. Minha monografia foi sobre a decadência cultural e este é um assunto que muito me interessa. Mas, não vejo saída. De um lado, está esta indústria querendo dinheiro, dinheiro, dinheiro, IBOPE, IBOPE, IBOPE. De outro, a população emburralizada, sem conhcimento suficiente para perceber que recebem apenas enlatados que os deixam cada vez mais desinformados. A população é manipulada! De outro, está uma grande parcela de gente, que pensa que é artista, que quer ficar famoso, ganhar dinheiro e que faz qualquer coisa para isso. Estas pessoas contribuem para o lixo cultural que o Brasil vem produzindo a partir do momento que se sujeita a qualquer coisa para aparecer na mídia. Os produtores querem apenas pegar rostinhos bonitos ou gostosonas que seguem sempre uma fórmula de atingir o sucesso, restringindo a nossa cultura a mesmice de sempre, não permitindo que o novo possa surgir.
ResponderExcluirCarol :
ExcluirTem razão nas suas colocações. O poder da difusão cultural mainstream é baseado nesse jugo cruel de incentivar o estrato de baixo nível artístico. Para essas ratazanas, "quanto pior, melhor" !
Pois é meus amigos! Eu acho que a solução é a produção independente e divulgação com shows e internet, não tem jeito, temos que sair da dependência dos já considerados grandes, usemos a modernidade a nosso favor!
ResponderExcluirEssa são as nossas únicas armas : Internet e esforço hercúleo para empreender a auto-produção.
ExcluirViva o Limonada Hippie !
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirFernanda :
ResponderExcluirAdorei o título de sua matéria. Ele exprime exatamente o espírito dessa constatação e o teor dos comentários que colheu entre seus leitores, dá a dimensão do quanto isso revolta as pessoas de bem que não se conformam com essa forma maquiavélica de usar o poder da difusão cultural no Brasil.
A discussão é longa. Passaria pelo aspecto das concessões de estações de rádio e TV no Brasil, nas mãos de políticos da pior espécie e grupos religiosos de interesses escusos, por exemplo, para início de conversa.
A quem interessa esse processo de favelização da sociedade ? Não deveria ser o contrário ? Acabar com as favelas e subir o nível educacional e cultural dos menos favorecidos não seria o mais acertado ?
Sob a falsa, diria hipócrita, moda do "políticamente correto", nos passam a ideia de que devemos aceitar as manifestações subculturais desse nível, numa forma de "aceitação".
Isso é uma falácia e o que vemos é o estrato de baixíssimo nível dominando a cultura, pois é muito interessante aos poderosos que fique desse jeito, por exploração comercial em primeira instância, mas o buraco é ainda mais abaixo, se notarmos que o domínio é ainda mais maquiavélico, indo além da questão predatória do dinheiro.
Reagir é preciso, mas de forma inteligente, articulada. A internet é a nossa arma, ao menos por enquanto, pois essa gente deve maquinar meios de usá-la também a seu favor, não tenha dúvida disso.
Esse texto é do Márcio, amigo Luiz, mas concordo plenamente com o seu comentário super lúcido, como sempre!
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