Veio a Ordem do Celular: “Odeie, quem Falar em Amar”.
Por Luiz Domingues.
Tempo confuso esse em que atravessamos, final da década de dez do século XXI, quando a semiótica é desafiada frontalmente. Conceitos são subvertidos a conferir novo e inusitado significado e significância para todos os conceitos e a justificar teorias da conspiração, aliás, as mais estapafúrdias a servir a ideologia A; B ou C, como se os avanços da humanidade até então, de nada valessem e agora a usurpação pura e simples fosse o lema dos formadores de opinião a manobrar, no pior sentido bovino do termo, os destinos de milhares, quiçá milhões de seres humanos.
E que não fiquem chateados os publicitários comigo, mas se a ideia foi criar técnicas e teorias para vender produtos, a justificar o progresso em torno da roda da fortuna que sustenta a sociedade de consumo e por conseguinte, o capitalismo, o fato foi que tais metodologias de massificação, que são muito sofisticadas e só avançam mais ao longo dos tempos, também passou a ser empregada por outros fins e assim, ao cair em poder de pessoas obcecadas pelo poder e /ou a usar a desculpa da manutenção do status quo dessa engrenagem que acham tão perfeita e fascinante, o sentido da solidariedade tornou-se por conseguinte, algo desprezível, abjeto como um preceito religioso atrasado, como um resquício da Idade Média ou até da antiguidade, ou como um sonho tresloucado de alguns quixotescos hippies dos anos sessenta, que sonharam e a palavra é essa mesma, ‘sonho”, a denotar que não passara de uma mera divulgação utópica, imaginar que um dia a humanidade seria regida pela total solidariedade fraternal.
Ah, a
formação de opinião... a quem interessa formatar um conceito, ou destruir um deles,
considerado antagônico ? Pois é, a deturpação de conceitos como ferramenta
eficaz para obter-se os resultados almejados e tratar em destruir os
antagonismos. Aliás, nos tempos atuais, destruir opositores tornou-se mais
importante do que convencer as pessoas que as suas metas são mais benéficas
para a humanidade. “Destruir”, que palavra mais terrível, mas cada vez mais
reestruturada para ganhar uma outra conotação e lá vão os bovinos a
compartilhar a nova ideia passada pelos formadores de opinião, a dar
significado positivo para ela. Ganha admiradores; compartilhamento; mais
admiradores, com alguns a inflamar-se e gesticular com regozijo ao gritá-la nas
praças públicas. Destruir; odiar; eliminar quem não pensa igual. Alimentar
explicações estapafúrdias a justiçar teorias da conspiração em curso, no
sentido de quem acredita em solidariedade é o inimigo que visa destruir a
civilização. Na contrapartida : ajudar; nutrir compaixão; compartilhar; não alimentar
o ódio, passou a ser execrado e as pessoas obedecem fielmente os comandos de
seus smartphones, para avisar os seus familiares, amigos e vizinhos sobre o
perigo que representa essa gente que fala sobre “amor”, pois eles sim, são
conspiradores que desejam o mal da humanidade, não é mesmo ?
* Quadrinhos do cartunista Quino.
Tempo confuso esse em que atravessamos, final da década de dez do século XXI, quando a semiótica é desafiada frontalmente. Conceitos são subvertidos a conferir novo e inusitado significado e significância para todos os conceitos e a justificar teorias da conspiração, aliás, as mais estapafúrdias a servir a ideologia A; B ou C, como se os avanços da humanidade até então, de nada valessem e agora a usurpação pura e simples fosse o lema dos formadores de opinião a manobrar, no pior sentido bovino do termo, os destinos de milhares, quiçá milhões de seres humanos.

Pois eis que
chegamos ao limiar do histrionismo máximo em favor do ego. Nunca o egocentrismo
foi tão exacerbado, ou a minha impressão é ingenuamente romântica a ainda
acreditar que possa haver solidariedade entre os homens ? E pior, muito pior
que isso, verifica-se neste mundo atual de 2019, a completa deturpação do
conceito em si, ou seja, se já amargamos a falta de solidariedade, o que dizer
então quando a própria palavra “solidariedade” é demonizada ao ponto de ser
atribuída e / ou atrelada a conspirações malévolas, que supostamente visam o
mal da humanidade, como se servisse aos inimigos que querem dominar e massacrar
a raça humana ?

Mas alto lá,
quem é que deseja dominar, exatamente ?
Seria o lado “A” que demoniza o lado “B”, ou justamente o contrário ?
Não parece uma estratégia que repete-se ao longo da história ? Sabotagens e
acusações mútuas; permeadas por mentiras e nestes tempos de intensa
massificação de mensagens via internet e vide a hipnose coletiva que observa-se
pelas ruas, em torno do uso abusivo dos Smartphones, eis o campo fértil para
tal ferramenta corrosiva ser usada pelos formadores de opinião.
E que não fiquem chateados os publicitários comigo, mas se a ideia foi criar técnicas e teorias para vender produtos, a justificar o progresso em torno da roda da fortuna que sustenta a sociedade de consumo e por conseguinte, o capitalismo, o fato foi que tais metodologias de massificação, que são muito sofisticadas e só avançam mais ao longo dos tempos, também passou a ser empregada por outros fins e assim, ao cair em poder de pessoas obcecadas pelo poder e /ou a usar a desculpa da manutenção do status quo dessa engrenagem que acham tão perfeita e fascinante, o sentido da solidariedade tornou-se por conseguinte, algo desprezível, abjeto como um preceito religioso atrasado, como um resquício da Idade Média ou até da antiguidade, ou como um sonho tresloucado de alguns quixotescos hippies dos anos sessenta, que sonharam e a palavra é essa mesma, ‘sonho”, a denotar que não passara de uma mera divulgação utópica, imaginar que um dia a humanidade seria regida pela total solidariedade fraternal.


* Quadrinhos do cartunista Quino.
Tem quem aplauda seu texto aqui e faça o contrário na vida real. Deixa seu ego tão gigante a ponto de estar sobrepujando o amor, e por amor entenda aquilo que é passível de ser amado: objeto, planta, animal ou alguma gente sortuda. Sim, porque hoje em dia é sorte ser amado <3 Por falar em amor, amei o texto <3
ResponderExcluirOlá, Gigi !
ExcluirPois é, a reflexão é válida, mas colocar em prática, ainda mais importante, você observou bem. O amor tem que ser total, para tudo e para todos, e quando realmente atingirmos esse patamar, de fato elevar-nos-emos para outra esfera.
Grato por ler; trazer a sua opinião bem colocada e também pelo elogio ao texto e proposta do tema !
Ótima reflexão, Luiz!
ResponderExcluirComo sempre.
Abração fraterno do Pevê!
Grande PV !
ExcluirQue legal ter a sua participação aqui, com opinião e pelo que observei, concordância com a minha linha de pensamento.
Abração aquariano, amigo !